quinta-feira, 19 de junho de 2014

Manhattan Baby (Lucio Fulci, 1982)


SINOPSE: Um arqueólogo abre uma tumba antiga no Egito e acidentalmente liberta um espírito que possui sua filha. Ao voltarem para Nova York, a matança começa.



Título: Manhattan Baby
Ano: 1982
Elenco: Christopher Connelly (Prof. Hacker)
Laura Lenzi (Emily Hacker)
Brigitta Boccoi (Susie Hacker)
Giovanni Frezza (Tommy Hacker)
Lucio Fulci (Dr. Forrester)
Diretor: Lucio Fulci.





Apesar do nome e da assustadora figura do espírito maligno, este não é um dos melhores sustos de Fulci. A trama que insiste em dar voltas em sí mesma faz com que muitos possam perder a paciência, mas mesmo assim o filme possui um culto de seguidores por seu gore ininterrupto.

Lançado na Itália em 12 de agosto de 1982, nunca foi lançado no Brasil e ganhou um Blu-Ray no seu aniversário de 30 anos em 2012.

https://www.youtube.com/watch?v=nUiyo0AbxqM

MINHA OPINIÃO:
NOTA:
O Gato Preto, Gatto Nero (Lucio Fulci, 1981)

SINOPSE: Robert Miles é um médium que tem a habilidade de contatar os mortos e controlar a mente de seu gato. Quando uma série de mortes começa a ocorrer em um vilarejo, todas as pistas levam a Robert.

Elenco: Patrick Magee (Robert Miles)
Mimsy Farmer (Jill)
Al Cliver (Sargento Wilson)



Vagamente baseado no conto homônimo de Edgar Allan Poe, este filme é um dos clássicos inesquecíveis de Fulci por sua trama consistente e cenas nunca antes vistas na história de um gato homicida. Fulci esclareceu por diversas vezes que não tinha vontade de dirigir essa produção, mas o fez como um favor ao produtor e amigo Joe D'Amato.

Lançado na Itália em 4 de abril de 1981, teve uma curta estréia nos EUA em 1984 e ficou perdido até que a Anchor Bay Entertainment resolveu lançá-lo em DVD em 2001.


MINHA OPINIÃO: Difícil não simpatizar com o gato, pois sou apaixonada por eles e também tenho um gato preto, mas analisando o roteiro e a produção do filme achei bom. As mortes foram bem elaboradas, só não gostei da segunda morte. Um filme simples e com um clima de suspense mais do que terror.
NOTA: 7,0

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Lisa e Il Diavolo, Lisa e o Diabo (Mario Bava, 1975)

SINOPSE: Lisa é uma turista perdida em uma antiga cidade. Uma mansão em seu caminho é o único refúgio, mas lá ela será atormentada, enganada e perseguida por Leandro, o caseiro.


Título: Lisa e o Diabo (Lisa e Il Diavolo)
Ano: 1973
Elenco: Telly Savallas (Leandro)
Elke Sommer (Lisa)
Alida Valli (Condessa)
Sylva Koscina (Sophia)
Eduardo Fajardo (Francis)
Diretor: Mario Bava / Alfredo Leone.




Um dos cinco últimos filmes de Bava. Considerado pelo diretor como um dos seus melhores trabalhos, não chegou a ser visto por ele exatamente como filmado porque a versão lançada sofreu diversos cortes e teve até algumas cenas regravadas e novo roteiro nos EUA.

A versão original foi dada como perdida por anos até que uma cópia intacta foi encontrada no fim dos anos 1990 e hoje está disponível em DVD. Esta cópia foi apresentada em 9 de maio de 1973 no festival de Cannes, mas o filme somente foi oficialmente lançado na Itália em 2 de abril de 1975.


Clique aqui para assistir


MINHA OPINIÃO: Um pouco exagerado dizer que esse seja um dos melhores trabalhos de Bava. Suspense bom, mas o começo excelente tomou um rumo lento e confuso. Achei que o final podia ser melhor trabalhado.
NOTA: 6,0

quarta-feira, 12 de junho de 2013

La Porta Sul Buio, A Porta no Escuro (Dario Argento, 1973)

Sinopse: Série apresentada por Dario Argento composta de quatro capítulos, sendo:

Il Vicino di Casa (Episódio 1, dirigido por Luiggi Cozzi) - Um casal resolve mudar-se para um apartamento maior com a chegada de seu primeiro filho sem desconfiar que o vizinho do andar de cima acabara de matar sua esposa. Clique aqui para assistir o filme.

Il Tram (Episódio 2, dirigido por Dario Argento sob o pseudônimo Sírio Bernadotte) - O corpo de uma mulher é encontrado na região que dá título ao episódio. A partir daí acompanhamos o desenvolvimento das idéias de um detetive para encontrar o motivo pelo qual a vítima foi parar alí. Clique aqui para assistir o filme.

La Bambola (Episódio 3, dirigido por Mario Foglietti) - Um maníaco escapa de uma instituição mental e a polícia tem de capturá-lo antes que alguém se machuque ou morra. Clique aqui para assistir o filme.

Testimone Oculare (Episódio 4, dirigido por Roberto Pariante) - Uma mulher presencia um assassinato e parte em busca da polícia, mas ao voltar ao local do crime não existem mais sinais do acontecido e a polícia passa a desconfiar dela. A direção deste episódio é creditada a Roberto Pariante, mas Dario Argento refilmou mais de 70% das cenas. Clique aqui para assistir o filme.

Elenco: Aldo Reggiani
Laura Belli
Mimmo Palmara
Enzo Cerusico
Paola Tedesco
Pierluigi Aprà
Marilù Tolo
Riccardo Salvino
Glauco Onorato
Altea de Nicola
Robert Hoffmann
Mara Venier
Gianfranco D'Angelo





"A Porta no Escuro (La Porta Sul Buio)", conhecida nos EUA como "Door into Darkness" (trad. lit. Porta para a Escuridão) é uma série produzida pela emissora de TV italiana RAI que foi ao ar em 1973. Com classificação indicativa de 12 anos e apresentada por Dario Argento, que também dirigiu 1 episódio (embora tenha colaborado em 2), esta série de 4 episódios é a predecessora de todas as "portmanteau" que povoaram a televisão posteriormente.

A série só ficou conhecida fora da Itália com o lançamento de um DVD alemão em 2004, o qual é hoje um ítem raro cheio de extras, entrevistas e um booklet. Um DVD lançado em 2009 para as regiões 1 e 2 contém somente os quatro episódios em italiano.

MINHA OPINIÃO: Em geral gostei, mas apesar do clima tenso frequente nos quatro episódios, achei quase todos fracos. Creio que tenha sido assim por ser uma série produzida para a tv. Para quem gosta de suspense é uma boa pedida. Em ordem de preferência os melhores são: Il Tram, Il Vicino di Casa, Testimone Oculare e La Bambola.
NOTA: 7,5


domingo, 2 de junho de 2013

Buio Omega - Beyond the Darkness (Joe D’Amato, 1979)



Post de estréia e começo falando sobre esse que na minha opinião é o melhor filme de terror europeu. Muitos não teriam estômago para assistí-lo, porém, é exatamente o clima mórbido e pessimista que prenderam a minha atenção. Logo nas primeiras cenas ao som da banda de progressive rock italiano Goblin, fui apresentada a Frank (Kieran Canter), um jovem herdeiro e rico que dedica-se a empalhar animais. Ele mora apenas com a governanta Iris em sua isolada mansão. Iris (Franca Stoppi) nutre uma paixão doentia pelo rapaz e chega ao extremo de se dedicar ao vudu e à magia negra para acabar com a vida de sua rival, Anna (Cinzia Monreale). A garota que sofria de uma doença desconhecida pelos médicos, morre e sua família a enterra em um cemitério. Inconformado com a perda da amada, durante a noite Frank retorna ao cemitério e leva o corpo da moça para sua mansão. 

Ok, vamos aos fatos. Frank retira olhos e orgãos internos da moça. Leva-a para sua cama e coloca um vestido nela. Ele óbviamente pretendia fazer sexo com o corpo de Anna, mas isso não é mostrado claramente no filme. A perversão fica para a cena em que ele leva uma esportista até seu quarto e ao tentar fazer sexo com ela, descobre o corpo de sua noiva que jazia em sua cama ao lado. Em nenhum momento sinto medo ou repulsa por Frank, Iris (que ajuda o rapaz a encobrir outros crimes) ou Joe D'Amato. Na minha concepção os personagens agiram por paixão. Ele por Anna e Iris por ele. Admiro a coragem de D'Amato ao colocar necrofilia, canibalismo e exploitation em suas cenas. Pois, o diretor causou impacto no expectador sim, mas creio que por se tratar de um filme de terror tenha sido bem utilizado. Frank não fazia sexo com outros cadáveres, comeu o coração da mulher que amava e Iris viveu toda a juventude para cuidar daquele rapaz. No final das contas se trata de um filme de amor. Com cenas doentias sim, mas impulsionadas pela paixão que os personagens sentiam.

Digam o que quiserem, mas Joe D'Amato sabia impressionar as pessoas e para mim um bom diretor tem que incomodar o público e se diferenciar dos outros diretores. Após Buio Omega, passei a admirar Aristide Massaccesi (nome verdadeiro de Joe).


sábado, 1 de junho de 2013



O que é Giallo?

"Eyeball", de Umberto Lenzi
O termo giallo (gialli, no plural) traduzido para o português significa amarelo. É uma referência ao papel barato de cor amarelada com que eram produzidos livros de suspense e terror na Itália em meados do século 20. Digamos que sejam um tipo de pulp fiction a la italiana. Atualmente, giallo é uma expressão usada para descrever o subgênero em que se encaixam filmes de terror e suspense muito populares nos idos anos 60 e 70. Os filmes giallo normalmente consistem em um assassino misterioso à caça de uma bela mulher indefesa. O vilão só é visto em tomadas ligeiras, sua figura enigmática geralmente veste roupas e luvas negras e suas armas comumente são navalhas, facas de açougueiro, cordas e outros métodos de tortura ao invés de armas de fogo. O enredo também é composto por um antagonista que se propõe a investigar e solucionar o mistério. Quando é finalmente encontrado, o assassino então comete suicídio ou é morto por uma de suas vítimas, deixando muitas perguntas não respondidas. Outro aspecto cinematográfico do giallo é o uso de sonhos e pesadelos na trama, com a intenção de levarem o espectador a outras dimensões. Ao fazer uso de visões psíquicas e sonhos estranhos, o diretor tem o propósito de confundir a mente de quem assiste e muda o enredo linear do filme para um quebra-cabeça de imagens puramente cinematográficas que adicionam uma beleza psicodélica à história que está sendo contada.

Mario Bava: Mestre do Terror Atmosférico

Mario Bava
Mario Bava foi um verdadeiro pioneiro e mestre no cinema de terror atmosférico. Seus longos anos como cineasta ajudaram-no a criar mundos cinematograficamente psicodélicos que pulavam das telas e eram quase que hipnotizantes. O primeiro giallo foi o thriller em preto e branco de Bava chamado The Girl Who Knew Too Much (a.k.a. The Evil Eye e La Ragazza che Sapeva Troppo), de 1963. Bava produziu em seguida, no ano de 1964, Blood and Black Lace (a.k.a. Sei Donne per l’Assassino), que estabeleceu os padrões que todos os outros cineastas do movimento giallo viriam seguir nos anos que sucederam. Dirigiu muitos dos melhores filmes do gênero incluindo os clássicos do terror: 5 Dolls For an August Moon (a.k.a. 5 Bambole per la Luna d’Agosto) em 1970 e Twitch Of The Death Nerve (a.k.a. Ecologia del Delitto) em 1972. Enquanto reinava como o mestre do gênero giallo, Bava também soube explorar outros gêneros, como por exemplo o terror de ficção-científica em Planet of The Vampires,  aventura baseada em quadrinhos em Danger: Diabolik e comédias adolescentes em Dr Goldfoot and The Girl Bombs.
Para saber mais sobre os trabalhos de Mario Bava, não deixe de assistir o documentário sobre sua vida e carreira, Mario Bava – Maestro of the Macabre, disponível em DVD.

Dario Argento: A Beleza dos Pesadelos

Dario Argento
Depois de Mario Bava, Dario Argento, outro cineasta italiano, se tornaria o novo mestre do subgênero giallo. Amigo de longa data e pupilo de diretores como Bava e Sergio Leone, Argento criou um cinema ultra-refinado com um novo nível de beleza e horror que era difícil de combinar. Deixou para trás as tramas convencionais do cinema de sua época e criou suas histórias em torno de visuais cinematográficos estonteantes. Enquanto muitos críticos consideravam tal aspecto algo negativo, as obras de Argento foram bem recebidas pelos tradicionalistas do cinema. Suspiria, de 1977, é um exemplo perfeito desse estilo de puro cinema. Seus giallimais populares incluem  The Bird With The Crystal Plumage (a.k.a. L’ccello dalle Piume di Cristallo), de 1969, The Cat O’ Nine Tails (a.k.a. Il Gatto a Nove Code), de 1971, Four Flies on Grey Velvet (a.k.a. 4 Mosche di Velluto Grigio), de 1972, Deep Red (a.k.a. Profondo Rosso), de 1975, Tenebre, de 1982 e Opera, de 1987. Seus thrillers sobrenaturais como o pesadelo em technicolor de Suspiria, Inferno (de 1980) e Phenomena, de 1985, são também clássicos.
Para um conhecimento mais profundo sobre as obras de Dario Argento, não deixe de assistir aos documentários Dario Argento’s World of Horror Dario Argento – An Eye for Horror.

Lucio Fulci, Sergio Martino e Outros Mestres Italianos

Lucio Fulci
O grupo de maestros italianos do gênero inclui também os diretores italianos Lucio Fulci, que criou os clássicos do giallo Don’t Torture a Duckling (a.k.a. Non Si Sevizia un Paperino), de 1971, A Lizard In A Womans Skin (a.k.a. Una Lucertola con la Pelle di Donna), também de 1971, The Psychic (a.k.a. Sette Note in Nero), de 1977, e The New York Ripper (a.k.a.Lo squartatore di New York), de 1982. Há também mais dois grandes filmes chamados Short Night of the Glass Dolls (a.k.a. La Corta Notte delle Bambole di Vetro), de 1971, e Who Saw Her Die? (a.k.a. Chi l’ha Vista Morire?) de Aldo Lado, de 1972, que fazem parte da coletânea Anchor Bay Entertainment’s Giallo Collection junto a Bloodstained Shadow(a.k.a. Solamente Nero), de 1972. Muitos gialli do diretor do cinema gore Umberto Lenzi estão também disponíveis em DVD, como Seven Blood-Stained Orchids (a.k.a. Sette Orchidee Macchiate di Rosso), de 1972, e Spasmo, de 1974. Outros clássicos setentistas do cinema giallo são:  What Have You Done to Solange? (a.k.a. Cosa Avete Fatto a Solange?), de 1972, do diretor Massimo Dallamano, assim como as obras de Sergio Martino The Strange Vice of Mrs Wardh (a.k.a. Lo Strano Vizio della Signora Wardhioi), de 1970, The Case of the Scorpion’s Tail (a.k.a. La Coda dello Scorpione), de 1971, Your Vice Is A Locked Room and Only I Have The Key (a.k.a.  Il Tuo Vizio è una Stanza Chiusa e Solo Io Ne Ho la Chiave), de 1972, e Torso, de 1974.

O Giallo Segue em Frente

A Blade in the Dark, do diretor Lamberto Bava
Muitos diretores hollywoodianos foram influenciados pelo cinema giallo. O gênero slasher do final dos anos 70 e início da década de 80 (Halloween, Sexta-Feira 13, Dia dos Namorados Macabro) foram diretamente influenciados pelo subgênero italiano. O estilo visual do diretor americano Brian DePalma chega bem perto dos feitios das obras de Bava e Argento. É fácil perceber a semelhança com o cinema giallovendo seus thrillers O Fantasma do ParaísoVestida Para MatarDublê de Corpo Síndrome de Caim. Outras produções notáveis de Hollywood inspiradas nos gialli são filmes como a obra de Paul Verhoeven Instinto Selvagem, Seven – Os Sete Crimes Capitais, de David Fincher, e a homenagem de Tarantino ao cinema exploitation Death Proof.
A Itália continou a produzir grandes gialli ao longo de 25 anos e Lamberto Bava, filho de Mario, continuou a contribuir com seus próprios filmes do gênero, tais como A Blade in the Dark (a.k.a. La Casa Con la Scala Nel Buio), de 1983. Michele Soavi, assistente de direção de Dario Argento, deu início à sua carreira de diretor nessa época e lançou o maravilhoso Stage Fright (a.k.a Deliria), de 1986. Em 2001, Dario Argento ressuscitou o giallo com seu grande thriller chamado Sleepless, que segue a mesma fórmula de suspense usada nas décadas anteriores.

A Música do Cinema Giallo

O cinema giallo tem umas das melhores trilhas musicais compostas por grandes maestros do cinema italiano, como Ennio Morricone, Riz Ortolani, Nora Orlandi, Fabio Frizzi, Bruno Nicolai e a banda de rock Goblin. Muitas das trilhas musicais do giallo encontram-se disponíveis em CD, incluindo: The Horror Films Collection, Piume de Cristallo, Quattro Mosche Di, Il Gatto a Nove Code, An Ennio Morricone – Dario Argento Trilogy, Ennio Morricone: The Thriller Collection, The Horror Films Collection: Volume Two, Music From Dario Argento’s Horror Movies, Tenebre: The Complete Original Motion Picture Soundtrack, Suspiria: Complete Version, Phenomena, Inferno: The Complete Motion Picture Soundtrack Recording.

Fonte: http://poraodocinema.wordpress.com/2012/02/21/cinema-spaghetti-giallo/